A nova bactéria foi encontrada em um lago na Califórnia, chamado Monolake, altamente contaminado por arsênico. Poucos organismos vivos sobrevivem neste ambiente, como algas e algumas bactérias, chamadas de extremófilas por viverem em um espaço muito tóxico. A diferença do organismo descoberto para estes seres vivos seria o uso do arsênico em sua constituição orgânica, enquanto os extremófilos, assim como os demais seres vivos, usam o fósforo.
O arsênico é um elemento venenoso para a maioria dos seres vivos. Quando um humano é contaminado por esta substância, suas células sofrem morte por asfixia e o tecido, consequentemente, morre por necrose.
"A descrição dessa bactéria é como se fosse um extraterrestre vivendo entre nós, porque ela tem um metabolismo totalmente diferente de todos os seres vivos que conhecemos até hoje", disse o astrônomo da Universidade de São Paulo (USP), Douglas Galante.
Sobre a importância da descoberta para a astronomia, as pesquisadorea da NASA explicaram que é uma expansão do conceito de meio ambiente habitável. Segundo elas, a descoberta lança um novo foco nas pesquisas espaciais, na qual elementos químicos e ambientes previamente inabitáveis ganham destaque. Desta forma, é possível que se ache vida em outros locais espaciais, antes não pesquisados pelos terrestres.
"A descoberta expande nossos conceitos sobre o que é vida. É possível que procuremos outras formas de vida fora da Terra", explicou Galante.
As pesquisadoras acrescentaram também que ainda é cedo para uma aplicação prática da descoberta. Segundo elas, a pesquisa ainda se encontra em um estágio muito inicial. Mas, em um futuro próximo, pode ser possível até mesmo o desenvovlimento de micro-organismos que não usem o fósforo em sua constituição para usos científicos e energéticos, por exemplo.